sábado, 15 de janeiro de 2011

Nova tecnologia torna livros acessíveis a cegos

   A tecnologia permite que os livros digitais sejam falados e estejam acessíveis a todos.
Alunos com deficiência visual, baixa visão ou cegueira terão acesso gratuito a qualquer livro ou documento a partir de uma nova tecnologia que transforma texto escrito em áudio. O Ministério da Educação, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), desenvolveu uma ferramenta de produção de livro digital falado. A tecnologia Mecdaisy foi lançada na última quarta-feira (24) em Brasília, pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, e a secretária de educação especial, Cláudia Dutra.
A nova tecnologia reúne um conjunto de programas que permite transformar qualquer formato de texto disponível no computador em texto digital falado. Com base na tecnologia internacional, foi criada uma ferramenta adaptada às especificidades brasileiras, com narração de textos em português.
Para a gerente de educação especial da Secretaria Estadual da Educação e Cultura (Seduc), Viviane Fernandes, a tecnologia irá dar mais autonomia à pessoa com deficiência visual, ao permitir acesso a qualquer tipo de informação escrita disponível para leitura no computador. “Hoje, o cego ou pessoa com baixa visão não encontra um formato de livro em que possa ler. E o professor para trabalhar um conteúdo em sala de aula tem que digitar seu material e imprimir em braile”, diz.
A tecnologia Mecdaisy permite que o usuário leia qualquer texto, a partir de narração em áudio ou adaptação em caracteres ampliados, além de oferecer opção de impressão em braile, tudo a um só tempo. “A tecnologia oferece recursos de navegabilidade e é bem simples. A partir de movimentos de teclas de atalhos ou do mouse, o aluno poderá fazer anotações e marcações no texto, avançar e recuar na leitura etc. O Mecdaisy descreve também figuras, gráficos e qualquer imagem presente no documento”, explica Viviane.
Para garantir acervos digitais acessíveis o MEC criou centros de produção do livro acessível, investindo em cada centro um recurso na ordem de R$ 180 mil. No Piauí quem ficará responsável pela produção dos livros é o CAP – Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual. “O CAP irá produzir os livros didáticos e depois fará a distribuição às escolas em formato acessível. Faz parte do programa a entrega de notebooks para os alunos com deficiência visual da 5ª série ao ensino médio. Os computadores ficarão na escola e serão entregues até março de 2010”, informa.
Animado com a nova tecnologia, o diretor do Centro de Habilitação e Reabilitação dos Cegos, Francisco Costa, afirma que o livro em áudio irá democratizar o acesso ao livro, além de facilitar o aprendizado. “O aluno cego não é como qualquer outro aluno que está lendo ou estudando e pode voltar a página, voltar o parágrafo ou fazer uma anotação. O método que utiliza as novas tecnologias vai ajudar esses alunos a fixarem melhor o conteúdo”, acrescenta.
Os livros produzidos pelos centros integrarão o Acervo Digital Acessível, um espaço virtual criado pela Universidade de Brasília (UnB) que estará disponível no portal do MEC para que qualquer interessado acesse as obras.
 
 

O papel das tecnologias digitais no contexto escolar.

 

Para os envolvidos em educação: é importante superar uma visão reducionista que entende as tecnologias digitais usadas pelos professores numa perspectiva meramente técnica.

Por Valéria Roque


      Essa discussão volta-se para questões acerca da incorporação das tecnologias digitais às ações educativas formais e o papel do professor frente às atuais demandas trazidas por essas tecnologias.
Primeiramente é necessário destacar, como o faz Arruda (2004), que a partir da maior difusão de acesso à internet, em torno do ano de 1995, diversos pesquisadores começaram a associar esse tema às pesquisas educacionais. Esse autor, em consonância com Castells (2001), reconhece que tal difusão seja relativa, mostrando-se mais presentes junto às camadas A e B da população brasileira.
No entanto, destaca que ?a utilização de tecnologias educacionais no contexto escolar está inserida em uma realidade econômica mais ampla, marcada por um processo de reestruturação capitalista? (ARRUDA pg. 14, 2004), que gerou a organização de movimentos de mudanças pedagógicas, não apenas no Brasil, como também em outros países, como, Chile, Portugal e Espanha.
No curso desse movimento diversas modificações foram trazidas para nosso sistema educacional, em formatos distintos e diversos, que vão desde medidas avaliativas, como ao lançamento de Parâmetros Curriculares. Não é objetivo deste texto debater sobre essas transformações, mas sim reconhecer que, a preocupação em se incorporar as tecnologias digitais nos processos educacionais vêm associadas a elas.
Nesse fluxo as pesquisas educacionais conseguem identificar, junto às escolas públicas e privadas um movimento de ?informatização? desse espaço. Cabe também destacar que esse movimento tem por meta a difusão dos meios informatizados junto aos educandos. No entanto, tal processo deve ser analisado com cautela e um certo grau de relativização.
Relacionar as tecnologias digitais à educação exige o reconhecimento de dois pontos, considerados por mim e Arruda (2005) como fundamentais. Primeiro, as tecnologias digitais trazem possibilidades interativas para a educação as quais, aparentemente, ainda não foram, genericamente, incorporadas nas práticas docentes, independentemente à adoção, ou não, dessa nova linguagem.
Tais possibilidades interativas podem trazer para a docência novos encaminhamentos quanto ao processo de aquisição do conhecimento pelo aluno. Compreendo que a utilização das tecnologias digitais deva ser assumida como parte da cultura escolar. Embora seja notória a importância atribuída a essas novas tecnologias no âmbito escolar, uma vez que esta é por vezes utilizada como estratégia de marketing por escolas privadas, ainda é desconhecido o(s) modo(s) como essas tecnologias são apropriadas pelos professores.
Em segundo lugar, como indica Arruda (2004), existe um descompasso entre o domínio que o docente apresenta destas novas linguagens frente aos conhecimentos que seus alunos possuem.
Esse ponto registra-se como um complicador a mais para o docente que, além de necessitar possuir um conhecimento específico acerca das possibilidades postas pela disciplina escolar a qual leciona, deverá também ser capaz de identificar as tecnologias digitais como linguagem favorecedora para apreensão da realidade?
Como o docente fará esse último movimento sem apresentar, até mesmo, conhecimentos básicos na área da informática?
Destaco ainda que, conhecimentos básicos mostram-se insuficientes para a apreensão, pelo professor, das potencialidades das tecnologias digitais para o ensino. Promover a discussão sobre a incorporação e as implicações das tecnologias digitais nas escolas, em especial nas disciplinas escolares, significa assumir a idéia da constituição de ?sujeitos comunicacionais? pela instituição escolar.
Em pesquisa recentemente desenvolvida (1), tive a oportunidade de observar como os professores de escolas privadas de Belo Horizonte utilizam tecnologias digitais em sua prática pedagógica. Resultados parciais vêm indicando aos pesquisadores envolvidos que, embora a literatura conhecida aponte o caráter amplo dado ao desenvolvimento tecnológico ao longo da história humana, na escola ainda persiste uma interpretação muito mais ligada à questão técnica.
Os dados obtidos até o momento confirmam a perspectiva de Arruda (2004) a qual afirma que a, as tecnologias digitais são tratadas no âmbito escolar somente no seu aspecto de produção de técnicas e ferramentas, limitando a presença das tecnologias tão somente aos chamados ?recursos? didáticos, como quadro, giz, aparelhos, livros etc.
Deixa-se de observar aspectos muito mais amplos de introdução de tecnologias no ensino. Alava (2002) afirma-nos que no sentido mais amplo atribuído às tecnologias, o processo de ensino-aprendizagem acontece sempre mediado por alguma tecnologia, seja organizacional, simbólica ou ferramenta/recurso.

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Tecnologias digitais e novos paradigmas.

  


Com o advento da era da transformação digital (Jenkins) surgem novas problemáticas e novas oportunidades de investigação e de formação. Diluem-se as fronteiras entre os media, uma vez que os media digitais incorporam potencialmente todos os media anteriores. Surgem novas concepções e representações das relações espaço /tempo (Augé, Castells) – relações entre distintos períodos, entre o presente e a memória, regiões diferentes – multilocalidade, ligações interdisciplinares, ligações intertextuais e discursivas (Clifford e Marcus, 1986, Marcus e Fischer, 1986 e G. Marcus, 1991, 1994), "hiperescrita" (textos híbridos, não lineares) entre diferentes meios e diferentes discursos (Robert Stam, 2001). As tecnologias digitais tornam-se acessíveis a um cada vez maior número de utilizadores (democratização dos media), enquanto se melhora a sua qualidade técnica e se diluem também as fronteiras entre "amadores" e "profissionais" dos media. As tecnologias digitais tornam-se tecnologias da memória (arquivos digitais) susceptíveis de armazenar, organizar e comunicar uma grande quantidade de informação, de qualquer tipo e suporte (textos, imagens, sons, áudio-imagético), de a fazer circular e tornar facilmente acessível e disponível simultaneamente numa pluralidade de lugares por um grande número de utilizadores – as bases de dados serão as formas simbólicas ou culturais contemporâneas, aparentemente caóticas mas estruturadas nas quais se podem realizar um grande número de operações básicas: navegar, ver, organizar, reorganizar, seleccionar, compor, enviar, imprimir, etc. (Halbwachs, 1968, Levy, 2001, Baer, 2003). Se, por um lado, está latente a ameaça de banalização ou da corrosão da forma inerente ao pensamento e à racionalidade (Neil Postman), por outro torna-se urgente encarar o desafio que as tecnologias digitais oferecem à investigação, ao ensino, à criação de espaços virtuais de produção, circulação e utilização do conhecimento e às profundas transformações que parecem produzir nas sociedades contemporâneas, comparável à invenção do alfabeto (Castells, 2000).

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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A importância das tecnologias na Educação.

                               As tecnologias são necessárias para atender as necessidades sociais de todas as pessoas que pode estar, no momento, atravessando uma nova fase da sua vida.