sábado, 15 de janeiro de 2011

Tecnologias digitais e novos paradigmas.

  


Com o advento da era da transformação digital (Jenkins) surgem novas problemáticas e novas oportunidades de investigação e de formação. Diluem-se as fronteiras entre os media, uma vez que os media digitais incorporam potencialmente todos os media anteriores. Surgem novas concepções e representações das relações espaço /tempo (Augé, Castells) – relações entre distintos períodos, entre o presente e a memória, regiões diferentes – multilocalidade, ligações interdisciplinares, ligações intertextuais e discursivas (Clifford e Marcus, 1986, Marcus e Fischer, 1986 e G. Marcus, 1991, 1994), "hiperescrita" (textos híbridos, não lineares) entre diferentes meios e diferentes discursos (Robert Stam, 2001). As tecnologias digitais tornam-se acessíveis a um cada vez maior número de utilizadores (democratização dos media), enquanto se melhora a sua qualidade técnica e se diluem também as fronteiras entre "amadores" e "profissionais" dos media. As tecnologias digitais tornam-se tecnologias da memória (arquivos digitais) susceptíveis de armazenar, organizar e comunicar uma grande quantidade de informação, de qualquer tipo e suporte (textos, imagens, sons, áudio-imagético), de a fazer circular e tornar facilmente acessível e disponível simultaneamente numa pluralidade de lugares por um grande número de utilizadores – as bases de dados serão as formas simbólicas ou culturais contemporâneas, aparentemente caóticas mas estruturadas nas quais se podem realizar um grande número de operações básicas: navegar, ver, organizar, reorganizar, seleccionar, compor, enviar, imprimir, etc. (Halbwachs, 1968, Levy, 2001, Baer, 2003). Se, por um lado, está latente a ameaça de banalização ou da corrosão da forma inerente ao pensamento e à racionalidade (Neil Postman), por outro torna-se urgente encarar o desafio que as tecnologias digitais oferecem à investigação, ao ensino, à criação de espaços virtuais de produção, circulação e utilização do conhecimento e às profundas transformações que parecem produzir nas sociedades contemporâneas, comparável à invenção do alfabeto (Castells, 2000).

http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1977572057034884534

Um comentário:

  1. Darlene,

    Penso que por tudo isso que a escola, mais do que qualquer outra entidade, deve democratizar o acesso as TICs. Somente dessa forma poderemos minimizar a exclusão (agora a digital). Ai sim, podemos nos considerar uma sociedade realmente inclusiva.

    ResponderExcluir